UM LINDO "JARDIM QUINTAL"

Quando lembro da prima Marta a primeira imagem que chega é do seu sorriso doce estampado no rosto, uma voz tranquila, olhos e ouvidos atenciosos, sempre pronta para ajudar, deixar mais fluído e harmonioso tudo que está ao seu redor. Uma energia muito parecida para mim com a da sua mãe, minha madrinha Magali. 

Ela aceitou participar da Manta de Retalhos assim que falei como seria e esteve em quase todos encontros online do projeto. Seu retalho já estava comigo há alguns meses, depois de atravessar o Atlântico junto com os retalhos de outras mulheres do outro lado do mar. Mas a sua partilha sobre suas inspirações neste processo só chegou esta semana. 

Achei muito curioso que o quintal que ela descreve na sua partilha eu nunca conheci, pois era da casa dos seus avós maternos e eu faço parte da sua família paterna. Mas também poderia ser a descrição do quintal mágico da casa dos seus pais, que eu me fartava de brincar quando ia de férias para Palmeira dos Índios. 

Marta para mim sempre foi uma mulher determinada, que se formou, passou em concurso, trabalhou muito a vida inteira, comprou seu apartamento, construiu sua vida bem independente e depois junto com o seu companheiro, mesmo continuando muito presente em todos os processos da sua família-raiz. Mas sua força ganhou ainda mais luz para mim quando esteve doente. Pude ser testemunha de como a sua paciência, disciplina, perseverança, bom humor e fé, dia após dia, deram resultado. Uma inspiração para todos e também para mim. Com este retalho, que traz para nós um pedacinho de beleza, de amorosidade e de mel da sua infância para nossa Manta, celebro mais uma vez a sua saúde e sua vida, Martinha. Abaixo a sua partilha:

“Sempre avisto tecidos floridos e praças bem floridas vem na minha lembrança meus queridos avôs maternos, Pedro e Alice (mãe Alice). Meu avô era muito caprichoso com tudo e muito zeloso. Com minha avó, sua casa e até seu quintal era muito limpo, alegre, florido e com plantas comestíveis e animais como: pato, tartarugas domésticas, porcos, um cachorro de nome Sheik e vários outros animais. Aos domingos íamos sempre no período da tarde para casa deles. Corríamos todos           logo para o quintal, pois para mim parecia mais uma floresta encantada e alegre. Até as tartarugas domésticas saiam das tocas, tinham uns bons aninhos, pois dava para sentar em  cima delas, para fazer de burrinho, o mesmo acontecia com o Sheik (cachorro). Para mim, a casa dos nossos avós era como se fosse um pedacinho do universo        adoçado com muito carinho. Os avós paternos e maternos foram ainda muito especiais em meus retalhos de             memórias maravilhosas. Tudo que é colorido, simples e sincero, não tem como apagar da memória.” - Marta de Abreu Pinto, Maceió, Alagoas, Brasil - 13 de junho de 2023.


* texto de abertura de Neusa Rodrigues

  

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